As estratégias de comunicação cumprem um papel essencial na adoção de políticas voltadas às soluções de mobilidade nas cidades brasileiras. O empresário Aldo Vendramin destaca que, por mais bem planejadas que sejam as ações de infraestrutura e inovação no transporte urbano, elas só se tornam eficazes quando a população compreende seu propósito, participa do processo e se engaja nas mudanças propostas. O engajamento social é o que transforma um projeto técnico em uma transformação coletiva. Para isso, a comunicação deve ser pensada desde o início, como parte estrutural de qualquer plano de mobilidade.
Com o avanço da tecnologia e o crescimento das cidades, pensar na mobilidade de forma inclusiva, sustentável e funcional exige mais do que planejamento físico: é preciso promover o diálogo entre poder público, sociedade civil e usuários. Sem campanhas bem direcionadas, linguagem acessível e escuta ativa, propostas de melhoria no transporte público, uso de bicicletas ou redução do uso de carros particulares tendem a enfrentar resistência ou cair em descrédito. É nesse ponto que a comunicação estratégica se torna um elo entre as decisões técnicas e as experiências cotidianas da população.

Comunicação como facilitadora das soluções de mobilidade
Uma das bases para a adoção bem-sucedida de soluções de mobilidade é garantir que as informações cheguem de forma clara e confiável aos diferentes públicos. A população urbana é composta por pessoas com níveis variados de escolaridade, acesso digital e hábitos culturais distintos. Isso exige uma abordagem comunicativa diversificada e inclusiva, que utilize desde mídias tradicionais até canais digitais, como aplicativos de transporte, redes sociais e painéis interativos. Aldo Vendramin aponta que a eficiência de uma campanha não se mede apenas pela sua criatividade, mas principalmente pela capacidade de conectar a proposta à realidade local do cidadão comum.
Além de informar, campanhas bem estruturadas devem gerar identificação. Mostrar histórias reais, casos de sucesso e exemplos práticos do impacto positivo de uma medida, como uma nova linha de ônibus ou a instalação de ciclofaixas, cria um vínculo emocional com o público. Isso fortalece o senso de pertencimento e reduz a rejeição inicial que mudanças estruturais muitas vezes provocam. A comunicação não deve apenas explicar o que será feito, mas construir uma narrativa sobre por que isso importa para a vida de cada pessoa.
Participação social como ferramenta de adesão
O engajamento popular nas decisões sobre mobilidade urbana depende, também, de canais abertos de participação. Consultas públicas, audiências comunitárias, enquetes online e encontros com lideranças locais são formas eficazes de escutar a população e integrar suas percepções ao planejamento. De acordo com Aldo Vendramin, quando os cidadãos se sentem parte da construção das soluções, tornam-se multiplicadores das boas práticas, defendem as mudanças e ajudam a corrigir eventuais falhas durante a implementação.
Essa interação deve ser contínua, e não limitada a momentos pontuais. As campanhas de comunicação precisam manter um fluxo permanente de informações, atualizações e feedback. Além disso, o retorno institucional às sugestões recebidas é essencial para fortalecer a confiança pública. Quando a população percebe que suas contribuições têm impacto real, há um ganho coletivo em legitimidade e compromisso com o projeto urbano.
Sustentabilidade e comportamento coletivo
A promoção das soluções de mobilidade também passa por uma mudança cultural. Incentivar o transporte público, o uso de bicicletas e o caminhar como formas legítimas e valorizadas de deslocamento urbano exige desconstruir antigos hábitos, especialmente em sociedades que associam o carro particular ao sucesso pessoal. Aldo Vendramin reforça que essa transformação de mentalidade requer tempo, consistência e campanhas que unam dados, emoção e empatia.
Com estratégias bem alinhadas, é possível consolidar uma nova cultura de mobilidade mais solidária, eficiente e conectada às reais necessidades das cidades. A comunicação, quando bem utilizada, deixa de ser apenas informativa e passa a ser formativa: capaz de moldar comportamentos, gerar pertencimento e mobilizar cidadãos para construir, juntos, um ambiente urbano mais justo e funcional.
Autor: Parga Kaveron