Cada um dos dez projetos jornalísticos e dez projetos digitais selecionados receberá 10 mil euros. O foco dos conteúdos deve ser a cultura e a cidade de Lisboa. Carlos Moedas, presidente da câmara, destacou que o modelo foi escolhido para evitar interferências políticas, permitindo que jornalistas desenvolvam investigações de forma independente.
Gonçalo Reis, administrador da Lisboa Cultura, apresentou o programa, que será anual e visa apoiar tanto o jornalismo quanto o digital. Para participar, jornalistas precisam ter carteira profissional, mas não precisam estar vinculados a um órgão de comunicação. Já na categoria digital, qualquer pessoa pode concorrer com conteúdos para plataformas, podcasts ou redes sociais.
As candidaturas estão abertas até 31 de outubro, com uma sessão de esclarecimento marcada para 15 de outubro. Os vencedores serão anunciados em janeiro de 2025, e os projetos devem ser concluídos até março de 2026. O júri, composto por figuras como Miguel Esteves Cardoso e Paula Moura Pinheiro, avaliará as propostas. O regulamento está disponível no site da Lisboa Cultura.
Gonçalo Reis enfatizou que o programa não visa subsidiar ou escolher meios de comunicação, mas sim apoiar diretamente jornalistas e produtores de conteúdo. Ele destacou que o valor do programa representa menos de 1% do orçamento da Lisboa Cultura, garantindo que nenhum equipamento da empresa será prejudicado.
Carlos Moedas explicou que a ideia do programa surgiu após a publicação de um artigo de opinião sobre liberdade de imprensa. Ele ressaltou a importância de proteger o jornalismo e, consequentemente, a democracia. Moedas compartilhou que seu interesse pessoal pelo jornalismo vem de seu pai, que era jornalista, e expressou o desejo de que o programa se torne uma iniciativa anual.
O presidente da câmara garantiu que não haverá interferência política no programa, permitindo que jornalistas explorem temas culturais e relacionados à cidade. Ele destacou que o apoio é direcionado aos jornalistas, não aos órgãos de comunicação, para que possam aprofundar suas investigações sem restrições de tempo ou recursos.
Moedas reforçou que o modelo de financiamento foi escolhido para evitar qualquer tipo de interferência política, direta ou indireta, que tem sido uma preocupação em outros programas de apoio no país. A decisão final sobre os projetos será feita pelo júri, sem influência da câmara ou da Lisboa Cultura.